quarta-feira, 3 de junho de 2009

Sobre a amizade















By Oscar Wilde

I choose my friends not by their skin or other archetype, but by the pupil.
They have to have questioning shine and unsettled tone.
I'm not interested in the good spirits or the ones with bad habits.
I'll stick with the ones that are made of me being crazy and blessed.
From them, I don't want an answer, I want to be reviewed.
I want them to bring me doubts and fears and to tolerate the worst of me.
But that only being crazy.
I want saints, so they dount doubt differences and ask for forgiveness for injustices.
I choose my friends for their clean face and their soul exposed.
I don't just want a man or a skirt, I also want his greatest happiness.
A friend that doesn't laugh together doesn't know how to cry together.
All my friends are like that, half foolish, half serious.
I don't want forseen laughter or cries full of pity.
I want serious friends, those that make reality their fountain of knowledge, but that fight to keep fantasy alive.
I don't want adult or boring friends.
I want half kids and half elderly.
Kids, so they don't forget the value of the wind blowing on their faces and elderly people so they're never in a hurry.
I have friends to know who I am.
Then seeing them as clowns and serious, crazy and saints, young and old, I will never forget that 'normalcy' is a steril and imbecil illusion.


Amigos
Vinicius de Moraes (1913-1980)

Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.

A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.

E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências…

A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.

Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar. Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.

Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure. E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.

Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo!

Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.

Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer…

Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!

A gente não faz amigos, reconhece-os.

4 comentários:

Teresa disse...

Cara Ana...

Os amigos sentem-te. Vêem-te. Sorriem-te!

Mesmo quando não estão contigo! Mesmo quando não lhes tocas a mão. Mesmo quando não lhes dás "aquele" abraço.

Os amigos estão sempre, sempre aí!

Vive esses tempos de coisas novas, boas... Como se todos os teus queridos a mores morassem no andar de cima!

Beijo forte.

Muito forte!

*

Branca disse...

Olá Ana,

Venho trazer-te beijinhos e desejar-te tudo de bom nesta etapa da tua vida.
De acordo com os textos lindos que nos deixaste, deixo-te a minha amizade.
Vai escrevendo se puderes por aqui, para virmos saber de ti e para nos encontrramos com a tua sensibilidade tão especial.
Mil beijinhos.
Branca

Mário Sérgio Felizardo disse...

como ficaria orgulhoso se soubesse que fazia parte dos teus eleitos. Se tu soubesses o que preciso da tua amizade, da tua sensibilidade do teu inlecto!...Nesta fase da minha vida, é do que mais preciso: amigos. Mas como sempre fui exigente, sinto que tenho poucos, e as minhas exigências mantêm-se, têm que realmente "SER AMIGOS"
Como filha não me poderás ser, espero que me mantenhas como "tio" AMIGO.
Besos

Nota: acabei de REVER "As Pontes de Madison County" o que me deixa de rastos. Diz-me tanto, esta bela história de amor... é talvez por isso o que eu preciso é de AMIZADE.

Elvira Carvalho disse...

Gosto do Vinicius, gosto do texto dele, e gosto de si.
Assim sendo desejo-lhe as maiores felicidades do mundo.
Um abraço e bom fim de semana.
Ah! não referi o primeiro texto pois não entendo inglês e não vi tradutor.